sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

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O que é Literatura?

Literatura

Resumo 1

O que é literatura? 

A literatura é uma arte que se utiliza da palavra (tanto escrita quanto oral) como meio de expressão dos sentimentos, crenças e valores dos seres humanos.
Assim sendo, a literatura é uma forma artística de representar a realidade que nos cerca. Por ser uma forma artística de representação, ela não retrata o real tal como ele é (coisa que acontece, por exemplo, nos textos jornalísticos, científicos etc.),  mas sim retrata uma realidade criada pela visão do artista.


       Realidade artística                     #                       Realidade factual
(Obras literárias, pinturas etc.)                (Textos científicos, textos jornalísticos etc.)


O autor de uma obra literária é aquele que realiza um trabalho com a linguagem visando produzir determinados efeitos sobre o leitor utilizando-se, para isso, da forma e do conteúdo das palavras.

Toda palavra possui uma forma e um conteúdo. Por exemplo, a palavra “amor” remete a um conteúdo (que é aquilo que a nossa mente entende quando alguém nos fala “amor”, isto é, o significado da palavra “amor”) e a uma forma (a palavra “amor” tem uma forma composta por consoantes, sílabas, sons etc. que variam de idioma para idioma). Assim, podemos dizer que um grande literato é aquele que conhece e tem um domínio sobre a forma e o conteúdo das palavras de sua língua.


Classificações dentro da Literatura

Dada as duas dimensões (de forma e de conteúdo) que uma palavra encerra dentro de si, os produtos da arte literária serão também classificados de 2 modos:
1)      De acordo a sua forma (formas literárias): as obras literárias são escritas ou na forma de verso ou na forma de prosa.
2)      De acordo ao seu conteúdo (gêneros literários): as obras literárias podem conter uma narração sobre fatos que se ligam no tempo (que pode ser o tempo cronológico, externo, ou tempo interno, psicológico) e no espaço por meio da movimentação de personagens. Neste caso, temos o gênero narrativo, onde se tem a necessidade de um narrador dos fatos, que pode ser tanto um personagem-narrador (que conta a história e participa dela em primeira pessoa) ou um narrador-onisciente (que apenas narra os fatos em terceira pessoa, sem qualquer participação naquilo que é contado). Além do mais, as obras literárias podem conter a expressão do mundo subjetivo do EU do “personagem”, da sua individualidade, isto é, do “Eu lírico” da obra (que, por sua vez, não pode ser confundido com o Eu real do escritor.). Neste caso, temos o gênero lírico. Por último, as obras literárias podem ser escritas com o objetivo de serem encenadas (teatralizadas). Neste caso, temos o gênero dramático.

Para aplicar tais classificações, analisemos a obra “O auto da barca do inferno”, do mestre Gil Vicente. Trata-se de uma obra que tem, por forma, o verso e, por conteúdo, o dramático (pois foi criada com o objetivo de ser encenada). Nota-se, portanto, que cada um dos gêneros literários pode ser escrito tanto sob a forma de verso quanto sob a forma de prosa (ou mesmo uma mescla de ambos, como é o caso da prosa poética).

Subdivisões dos gêneros literários
Os 3 gêneros literários (narrativo, lírico e dramático) são, por sua vez, também subdivididos. Obtém-se, assim, em relação a cada um dos gêneros:

Narrativo

Narrativas em verso: são chamadas de epopeias ou poemas épicos. São longas narrativas em verso sobre assuntos grandiosos contendo personagens do tipo heroico.
Ex: epopeia de Gilgamesh, Ilíada, Odisseia, Eneida, Os lusíadas etc.

Narrativas em prosa: são os romances, novelas, contos e fábulas. No romance, temos uma narrativa longa, com vários personagens e várias situações dramáticas que se entrecruzam. Em uma novela, temos uma narrativa mais concisa e situações dramáticas que giram em torno de apenas 1 personagem central. Já em um conto, tem-se uma narrativa extremamente breve, de teor psicológico mais denso, personagens complexos e apenas uma situação dramática. Por fim, temos a fábula, composta por uma narrativa curta de cunho moral, visto que a história contada visa transmitir uma mensagem de fundo moral. Para isso, utiliza-se de personagens animais que encarnam os diversos tipos humanos (por exemplo, o avarento, o ambicioso, o parcimonioso etc.).

Lírico

As obras do gênero lírico – que são aquelas em que não se conta uma história (ao contrário do gênero narrativo) e sim há a expressão de uma a subjetividade (os sentimentos íntimos, visão de mundo etc.) -  podem de se dar tanto na forma de versos quanto na de prosa. Um exemplo do primeiro é o “Soneto de fidelidade”, de Vinícius de Moraes (“De tudo ao meu amor serei atento/Antes e com tal zelo e sempre e tanto/Que mesmo em face do maior encanto/Dele se encante mais meu pensamento”).

Dramático

Caracterizando-se pelo fato de apresentar a encenação de um texto, o gênero dramático possui várias formas de expressão, sendo os mais importantes:
- A tragédia (origem na Grécia antiga), onde se encenam ações que visam despertar o terror e a piedade, tendo por fim alertar para os perigos das paixões e dos vícios humanos.
- A comédia (origem na Grécia antiga), que objetiva criticar a sociedade e o comportamento humano por meio do riso.
- A farsa (origem no século XIV), peça teatral curta que, ao explorar situações ridículas do cotidiano e apelar para personagens caricaturescos e exagerados, pretende provocar o riso no espectador.
- O auto (origem também na Idade Média), peça breve geralmente feita em verso, contendo conteúdo religioso ou profano. Caracteriza-se por possuir um conteúdo altamente simbólico, onde os atores representam não seres humanos específicos, mas sim entidades abstratas de caráter religioso ou moral (a virtude, o pecado, a beatitude etc).
Obs.: também se pode usar o termo “peça dramática” como sendo qualquer peça teatral séria em oposição a uma comédia propriamente dita. 


Os estilos artísticos

Embora cada um dos autores tenha sua própria originalidade e singularidade, eles carregam entre si similitudes que permitem classificá-los naquilo que se denomina “estilo de época”, isto é, o estilo literário que predomina num determinado período histórico. Além do mais, a publicação de uma obra extremamente inovadora ou mesmo um fato histórico que repercute em toda a cultura de uma época podem servir de ponto de partida para a consolidação de novos estilos artísticos diversos daquele que predomina em determina sociedade. Com relação à literatura brasileira, seu estudo exige também o estudo da literatura portuguesa, dado os laços de dependência histórico- culturais entre os dois povos.


Quadro cronológico dos estilos artísticos

        PORTUGAL                                                     BRASIL                       
Trovadorismo (1189-1434)
Humanismo (1434-1527)                          Literatura informativa (1500-1600)
Classicismo (1527-1580)
Barroco (1580-1756)                                 Barroco (1600-1768)
Arcadismo (1756-1825)                            Arcadismo (1768-1836)
Romantismo (1825-1865)                         Romantismo (1836-1881)
Realismo (1865-1890)                               Realismo/Naturalismo (1881-1893)
Simbolismo (1890-1915)                           Simbolismo (1893-1922)
Modernismo (1915 em diante)                   Modernismo (1922-1945)
                                                                    Pós-modernismo (1945 em diante)